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Enquanto dependência de apostas cresce, gestão de Mário Galinho avança com loteria municipal


   VT Notícias: A Câmara Municipal de Paulo Afonso deu sinal verde para a criação da Loteria Municipal (LOTOPA), proposta pelo prefeito Mário Galinho, em meio a um debate que ganha contornos mais sensíveis diante do avanço preocupante da dependência em jogos de azar no país.

A iniciativa, aprovada por maioria simples, é apresentada como alternativa para reforçar o caixa municipal, mas surge justamente quando especialistas em saúde mental alertam para o impacto devastador que a expansão do acesso às apostas vem provocando em milhares de famílias.

Nos bastidores do sistema público de saúde de São Paulo, referência nacional no atendimento a dependentes, o alerta é grave. O número de pessoas buscando ajuda para compulsão em jogos cresceu tanto que o Programa Ambulatorial do Jogo (PRO-AMJO), do Hospital das Clínicas, precisou suspender novas triagens por incapacidade de absorver a demanda.

Esse contexto coloca em perspectiva a aposta da gestão municipal de Paulo Afonso. A LOTOPA terá modalidades que vão de apostas numéricas a prognósticos esportivos e jogos instantâneos, operados pelo próprio município ou por empresas privadas contratadas por longos períodos. A prefeitura argumenta que a arrecadação contribuirá para áreas essenciais como saúde, educação e segurança, mas omite um debate central: ampliar a oferta de jogos pode intensificar impactos que o próprio SUS já não consegue atender.

Diante desse quadro, cresce a preocupação sobre o impacto de iniciativas municipais que, embora legalmente amparadas, ampliam a presença institucional do jogo como fonte de receita pública. Para especialistas, sem políticas rígidas de prevenção, controle e suporte à saúde mental, a expansão das loterias tende a alimentar um problema que já se mostra maior que a capacidade de resposta do sistema público.

Enquanto Paulo Afonso se prepara para regulamentar sua nova loteria nos próximos meses, a discussão que se impõe é outra: quanto custará, socialmente, transformar o jogo em política de financiamento? E quem pagará a conta quando os efeitos colaterais baterem à porta das famílias — e do já sobrecarregado sistema de saúde?

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