VT Notícias: Um dos suplementos mais populares entre quem luta para dormir voltou ao centro do debate científico. Uma análise apresentada pela American Heart Association sugere que a melatonina, quando usada de forma contínua, pode estar ligada ao aumento expressivo de insuficiência cardíaca e de mortes entre pessoas com insônia. O levantamento revisou cinco anos de prontuários eletrônicos de mais de 130 mil adultos e encontrou diferenças marcantes entre quem tomou o hormônio por pelo menos um ano e quem nunca recorreu ao produto.Os pesquisadores constataram que o grupo que manteve o uso prolongado registrou probabilidade muito maior de desenvolver insuficiência cardíaca ao longo do período observado. Também apresentou risco ampliado de internações por problemas cardíacos e quase o dobro de mortes por qualquer causa. Os números surpreenderam até os próprios autores, que lembram que a melatonina costuma ser vista como uma alternativa segura para quem precisa ajustar o sono.
Embora os resultados levantem preocupação, os especialistas reforçam que ainda não há comprovação de causa e efeito. A melatonina é um hormônio fabricado naturalmente pela glândula pineal e atua como sinalizador de que o corpo deve se preparar para o repouso. A versão sintética, vendida em comprimidos e cápsulas, é indicada principalmente para distúrbios específicos, como alterações do ritmo circadiano, casos de autismo e dificuldades relacionadas à ausência de percepção luminosa em pessoas com deficiência visual. Já no tratamento da insônia, seu papel é limitado e não substitui terapias adequadas.
Desde que a venda foi liberada no Brasil como suplemento alimentar, o consumo cresceu e muitos passaram a usar o produto sem orientação médica. Profissionais da área alertam que doses elevadas ou mal administradas podem provocar sonolência fora de hora, tontura, cefaleia, náuseas, pesadelos e dificuldades de concentração.
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