VT Notícias: O Ministério Público de São Paulo atribuiu ao alto comando do Primeiro Comando da Capital a ordem para executar o ex-delegado-geral da Polícia Civil Ruy Ferraz Fontes, morto a tiros no litoral paulista em setembro. Segundo a denúncia apresentada pelo Gaeco, a morte foi planejada como vingança pelo longo histórico do delegado no enfrentamento à facção, iniciado ainda nos anos 1980 e marcado por investigações que expuseram a estrutura interna do grupo criminoso.O documento afirma que a decisão para eliminar o policial circulava entre os líderes da organização ao menos desde 2019. Uma carta apreendida naquele ano, escrita à mão, já mencionava o nome de Ruy como alvo prioritário. Para o MP, esse contexto elimina qualquer ligação com sua atuação mais recente na administração pública de Praia Grande.
As investigações apontam que o crime foi preparado com extrema minúcia. Os envolvidos teriam monitorado a rotina do delegado, montado uma rede de imóveis e rotas de fuga em diferentes cidades e providenciado armas de alto calibre. Parte das câmeras de segurança próximas ao local chegou a ser desligada, numa tentativa de dificultar a reconstrução do trajeto dos executores.
Oito suspeitos foram denunciados por envolvimento direto na ação. Entre eles está Marcos Augusto Rodrigues Cardoso, apontado como responsável por coordenar o grupo e ligado ao setor disciplinar do PCC na zona sul da capital paulista. Eles responderão por homicídio qualificado, tentativa de homicídio, participação em organização criminosa armada e outros delitos.
A promotoria afirma que a execução foi motivada pelo desejo de represália da facção contra o delegado, que teve papel decisivo em operações que atingiram o núcleo estratégico do PCC, incluindo o indiciamento de Marcos Camacho, o Marcola, durante os anos 2000. O ataque, realizado em via pública e com armamento pesado, colocou outras pessoas em risco, o que agrava as acusações.
Fonte: G1
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