
VT Notícias: A justiça de São Paulo determinou que um exame psiquiátrico esclareça se Francisco Frateschi, de 34 anos, estava em plena consciência quando matou o pai, o ex-deputado estadual e fundador do PT, Paulo Frateschi, de 75 anos. O laudo, conhecido com incidente de insanidade mental, também vai definir se o acusado será encaminhado a um presídio comum ou a um hospital de custódia, caso o pedido de prisão preventiva seja aceito.
A perícia, que pode levar até 45 dias, busca aponta se Francisco tinha condições de entender o que fazia no momento do crime. Se for considerado inimputável, ele não responderá penalmente e deverá ser internado para tratamento psiquiátrico. Segundo familiares, o crime foi resultado de um surto. Diagnosticado com transtorno bipolar, Francisco teria se descontrolado e atacado o pai com uma faca, ferindo também a mãe e a irmã, que sobreviveram após serem socorridas.
O crime aconteceu na quinta-feira (6/11), na Vila Ipojuca, zona oeste da capital. Paulo Frateschi chegou a ser levado ao Hospital das Clínicas, mas não resistiu aos ferimentos. O filho, encontrado em estado de agitação, foi levado sedado para a UPA da Lapa, onde permaneceu sob escolta policial.
Paulo Frateschi teve uma trajetória marcante na política. Deputado estadual entre 1983 e 1987 e presidente do PT em São Paulo no início dos anos 2000, foi uma das vozes de resistência à ditadura militar e chegou a ser preso e torturado aos 19 anos por sua atuação na Ação Libertadora Nacional (ALN). Nos governos de Marta Suplicy e Fernando Haddad, atuou como secretário de Relações Governamentais.
Durante o velório, realizou nesta sexta-feira (7/11), figuras históricas do PT prestaram homenagem. Em mensagem lida no local, o presidente Lula disse estar com o “coração partido” e destacou o legado de coragem e compromisso de Frateschi. Fernando Haddad, amigo de longa data, compareceu emocionado à despedida. Após à cerimônia, o corpo foi sepultado no Cemitério Memorial Parque Jaraguá, zona norte de São Paulo.
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