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Imprudência? Mário Galinho aprova lei que libera manobras de "grau" em determinadas áreas de Paulo Afonso; decisão gera críticas na cidade


    VT Notícias: A decisão do prefeito Mário Galinho de liberar oficialmente as manobras de “grau”, “RL” e outras acrobacias sobre motocicletas em Paulo Afonso reacendeu um debate que a gestão parecia disposta a ignorar: até que ponto o poder público deve incentivar práticas que, mesmo regulamentadas, carregam um histórico de acidentes, riscos óbvios e impacto direto na segurança urbana. A Lei nº 1.697/2025, sancionada em 17 de novembro e publicada no dia seguinte, abre caminho para que essas exibições ocorram em locais “controlados”, conceito que ainda depende de definição prática e que, não raro, se mostra frágil quando colocado à prova no cotidiano.

A proposta, de autoria do vereador Rubinho do Kênio, passou com unanimidade na Câmara, impulsionada por cobranças públicas do próprio autor para que o Executivo destravasse o processo. O entusiasmo político, porém, contrasta com as dúvidas técnicas. Embora a nova norma exija equipamentos de proteção, supervisão especializada e limite de horários, nada disso elimina a preocupação de especialistas em trânsito, que há anos alertam para a disseminação desse tipo de manobra como estímulo indireto a comportamentos arriscados fora dos espaços designados.

A prefeitura agora tem até 90 dias para detalhar onde essas apresentações poderão ocorrer, quais serão os critérios de segurança e quem responderá pela fiscalização. Até lá, reina um limbo regulatório que, na prática, pode funcionar como salvo-conduto para interpretações flexíveis — cenário pouco animador em uma cidade que já enfrenta desafios no trânsito e convive com índices de acidentes que exigem atenção redobrada, não afrouxamento.

Ao optar por sancionar a lei sem promover um debate mais amplo com especialistas, comunidades e órgãos de segurança, o governo municipal parece disposto a assumir um risco que vai muito além da pista. A aposta no espetáculo sobre duas rodas pode até agradar a um grupo específico, mas levanta a questão central: quem paga a conta quando a política pública privilegia o barulho da manobra em vez da prudência?

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