VT Notícias: O Colégio Adventista de Alagoinhas, no interior da Bahia, foi alvo de fortes críticas após divulgar, em suas próprias redes sociais, uma encenação em que um estudante negro aparece com roupas rasgadas e amarrado a um tronco durante uma atividade realizada no Dia da Consciência Negra. Nas imagens, um aluno branco caracterizado como fazendeiro segura um chicote, enquanto outra estudante interpreta a princesa Isabel assinando a Lei Áurea.A repercussão tomou força depois que a professora e escritora Bárbara Carine, vencedora do Prêmio Jabuti de 2024, comentou o caso em um vídeo. Ela apontou que a escolha da escola reforça estereótipos e reencena a violência vivida pela população negra, ignorando figuras decisivas da luta antirracista no Brasil, como Luiz Gama, Maria Felipa e Luiza Mahim. Segundo a pesquisadora, a abordagem repete um modelo ultrapassado e evidencia a falta de estudo e sensibilidade histórica.
Diante da reação negativa, a instituição divulgou uma nota afirmando que houve uma “interpretação equivocada” da proposta e que suas ações pedagógicas buscam valorizar a trajetória do povo negro e promover consciência histórica. A declaração, porém, não conteve o debate nas redes, onde internautas continuaram questionando a escolha estética e simbólica da apresentação.
0 Comentários