VT Notícias: A chef de cozinha Paloma Alves Moura, de 46 anos, morreu após passar quase dez horas em busca de atendimento no Hospital do Tricentenário, em Olinda, na Região Metropolitana do Recife. Amigas e familiares afirmam que a equipe médica demorou a agir porque acreditava que ela havia feito um aborto — hipótese que, segundo elas, nunca existiu. Paloma sofria de endometriose e chegou à unidade com forte sangramento e dores intensas na região do útero.
De acordo com a amiga Thais Leal, que a acompanhava, Paloma deu entrada no hospital por volta das 8h, já perdendo muito sangue. Mesmo assim, teria sido classificada como caso de “fluxo leve”. Exames foram solicitados, entre eles o Beta HCG, usado para detectar gravidez, mas o resultado demorou a sair. Durante todo o dia, a paciente permaneceu sob analgesia, sem transfusão de sangue imediata e sem transferência para outra unidade, apesar dos pedidos insistentes da família.Thais relatou que implorou por socorro, pedindo que Paloma fosse removida para outro hospital, mas o pedido foi negado. “Eles diziam que só poderiam transferir quando o Beta saísse. Mesmo ouvindo várias vezes que ela não estava grávida, deixaram ela sangrando até o corpo não aguentar mais”, contou. Por volta das 17h, a chef sofreu uma parada cardíaca e não resistiu.
O atestado de óbito aponta anemia aguda, adenomiose e outras complicações ginecológicas como causas da morte. A Polícia Civil abriu inquérito para apurar o caso, e o Ministério Público foi acionado.
Procurado, o Hospital do Tricentenário negou ter havido negligência e afirmou que a paciente recebeu acolhimento imediato, com exames, medicamentos e monitoramento contínuo. Disse ainda que Paloma foi encaminhada à UTI, onde recebeu transfusão de sangue e manobras de reanimação por mais de uma hora, mas não resistiu. A Prefeitura de Olinda informou que instaurou sindicância e uma auditoria interna para investigar a conduta da equipe. Fonte: G1

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