VT Notícias: O empresário e lobista Antonio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, voltou ao centro das investigações após a descoberta de que omitiu um apartamento de luxo nos Estados Unidos em sua declaração de Imposto de Renda. O imóvel, avaliado em US$ 610 mil, foi adquirido em fevereiro de 2024 em Sunny Isles, região nobre da Flórida. O bem não aparece na documentação entregue à Receita Federal neste ano, tampouco as empresas que o lobista abriu fora do país.
A omissão veio à tona a partir de documentos encaminhados pela Receita à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito do INSS, que investiga o esquema de fraudes em benefícios previdenciários. O colegiado já havia autorizado a quebra dos sigilos fiscal e bancário de Antunes, preso em setembro sob suspeita de ocultação de patrimônio e tentativa de fuga.
Deixar de declarar bens adquiridos no exterior pode configurar evasão de divisas e sonegação fiscal, sobretudo quando há movimentação financeira internacional envolvida. Segundo as normas da Receita, todos os bens, no Brasil ou fora dele, devem constar na declaração anual, sob pena de multas e processos por omissão patrimonial.
Em depoimento à CPMI, o empresário admitiu a compra do imóvel na Flórida e disse ter usado recursos obtidos com a venda de uma propriedade em Vicente Pires, no Distrito Federal. Nos registros enviados ao Fisco, porém, Antunes declarou apenas dinheiro em espécie — R$ 2,5 milhões, além de valores em dólar e euro —, cinco carros de luxo, uma mansão em Brasília e participações em empresas nacionais.
Documentos também apontam que, em 2024, ele abriu uma filial da World Cannabis, voltada à maconha medicinal, e uma nova empresa em Orlando, na Flórida, junto ao filho. Nenhuma dessas companhias aparece na sua declaração oficial.
Os dados enviados à comissão revelam ainda o salto vertiginoso no patrimônio do lobista: de R$ 159 mil em 2021 para R$ 9,5 milhões em 2024, período que coincide com o auge das fraudes envolvendo descontos indevidos em aposentadorias e pensões do INSS. O crescimento abrupto, somado à vida de luxo e às operações internacionais, reforça as suspeitas de lavagem de dinheiro e ocultação de bens. Fonte: Metrópoles

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